quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Marxismo de Direita



Dando vazão aos protestos acalorados da esquerda, o Ministério Público Estadual do Rio Grande do Sul, com o aval do governo do Estado, toma uma medida que irá dar o que falar. Desta vez, a onça cutucada foi o MST, através do cancelamento do convênio com a entidade responsável por contratar e gerenciar professores para as escolas itinerantes, montadas nos acampamentos dos sem terra.

As escolas itinerantes pioneiras foram concebidas em 1996, no Rio Grande do Sul. A intenção delas era dar maior facilidade e comodidade para os alunos chegarem à escola, já que eram montadas no próprio acampamento em que estavam alojadas as famílias dos educandos e, por serem escolas “nômades”, poderiam ir e vir juntamente com os estudantes, sem que o andamento da matéria fosse perdido. Apesar de as escolas contarem com uma infraestrutura extremamente precária: lonas pretas como teto, cadeiras – quando existentes – velhas e as secretarias estaduais de educação locais nem sempre fornecendo os materiais didáticos essenciais, elas atingiram um grau considerável de desenvolvimento, estando, hoje, presentes em 6 Estados: Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Goiás e Alagoas; distribuídas em 45 unidades e um quadro operacional de 350 educadores.

As escolas do movimento, ainda que contem com o apoio das secretárias de educação, mantêm sua linha pedagógica autônoma. O currículo é elaborado de acordo com as necessidades e possibilidades de cada região. Em alguns estados, como no Paraná, são trabalhados "ciclos", em vez de séries, oferecendo um tempo de formação necessário para o aluno obter aquele conhecimento. Ao passo que em Santa Catarina foi adotado a chamada educação multiseriada, com um ou dois professores para várias séries. Todas as escolas têm seu diploma reconhecido pelo MEC, e as palavras do Secretario de Educação do Paraná, Maurício Requião, salientam a qualidade atingida por elas: “Não sei se algum município consegue oferecer um ensino de qualidade tão grande como esse do MST”. Maurício disse, ainda, que esta é uma parceria extremamente gratificante, “pelo engajamento e paixão com que esses educadores dedicam-se às crianças e aos jovens”.

Outro fator importante para a gênese das escolas – e talvez, principalmente por esse motivo o interesse do governo direitista em desfazê-las – é o de elas serem centros de disseminação de ideais socialistas. Segundo o Procurador de Justiça do Estado Gilberto Thums, “essas escolas fazem uma lavagem cerebral para passar teorias marxistas. Os estudantes recebem uma educação alienante”. Para o procurador, o certo seria “orientar as crianças sobre a possibilidade de se integrarem ao mundo que está aí, ao mundo produtivo, e o MST quer implantar uma sociedade socialista”.

O quadro que se desenha é a velha queda de braço entre a direita conservadora e a esquerda radical, impasse que, na prática, não leva a lugar algum. De um lado, a direita querendo garantir sua tranquilidade e suas posses; do outro, a esquerda querendo angariar mais espaço no cenário político e - na teoria, pelo menos – modificar a sociedade, tornando-a – com as bênçãos de Marx – justa e igualitária.

O MST vem crescendo gradativamente, tornando-se um movimento cada vez mais respeitável e forte; entretanto, as manchas de sangue e destruição deixadas, muitas vezes, nas fazendas improdutivas pelas quais ele passou, sujam sua ideologia tão nobre.

MST: guerrilha ou movimento de contestação social? Nem um, nem outro; ou, talvez, os dois. Quando foi fundado, em 1984, em Cascavel (PR), a ideologia de sua cúpula dirigente, incontestavelmente, era a de um bom e dedicado movimento marxista; contudo, com o passar dos anos, após conquistar cifras que lhe propiciaram simpatia internacional: 1,5 milhões de afiliados; cerca de 350 mil famílias assentadas e outras 80 mil em acampamentos, a cúpula acabou por desviar suas mais urgentes reivindicações e passou a – não raras vezes – infringir leis e tentar impor seus ideais à força, com demonstrações de vandalismo e de violência, dando razão às argumentações direitistas que querem considerar o movimento uma guerrilha rural formada para destituir o Estado Democrático de Direito. Excessos sensacionalistas à parte, o que há, em verdade, é que, conseguido um lugar representativo no cenário político, sua “diretoria” – ou pelo menos parte dela - se vendeu à ambição - escamoteada no velho ideal socialista, que sempre soa de maneira altruísta. Não esqueçamos que usando desta artimanha de persuasão, Stalin ascendeu ao poder.

Embora não se dê para assinar em baixo em todas as ações do MST – principalmente as que envolvem: saques; homicídios em confrontos; tomada de propriedades, sem a anuência da justiça; invasões de domicilio; sequestros e porte ilegal de armas; sem contar o teórico envolvimento do movimento com as FARC -, as medidas pretendidas a serem adotadas pelo governo em conjunto com o Ministério Público não são aceitáveis em uma sociedade dita democrática.

Sem dúvida, existe muita sujeira por baixo das enxadas dos sem-terra, e é ela quem faz perdurar a lástima de muitas famílias as quais realmente estão engajadas por acreditarem nos ideais propostos pelo movimento. Enquanto ainda há cerca de 80 mil famílias reclamando um espaço para produzir, existem porções de terra, doadas pela União ao movimento, que continuam improdutivas: apenas têm casas e bandeiras para demarcar o território.

O camponês, quando adquire seu espaço, na realidade, não o adquiri de fato; pois, pelas diretrizes do movimento, não se pode ter o título de propriedade, já que isso feriria um importante princípio do socialismo pregado. Todavia, sem o título, o donatário da terra, só está ali enquanto cumprir com as exigências e anseios do movimento, o que, sem dúvida, permite a manipulação das massas.

Entretanto, é o absurdo do autoritarismo e da arbitrariedade, tanto colocar o movimento na ilegalidade quanto fechar as escolas campesinas. Se o MST é, de fato, uma "organização criminosa", como sentencia o procurador gaúcho, então devem ser tomadas, impreterivelmente, todas as medidas legais cabíveis. Uma máfia, uma gangue, uma quadrilha, ou o MST – quando infrator - devem ser cassados, julgados e punidos da mesma forma. Se há o desmantelamento de grupos criminosos, por que não haveria de ter o dos sem-terra? O governo não deve se fazer de vítima e dizer estar com as mãos atadas, pois o seu medo real é mexer no vespeiro que se tornou o movimento; dentro dele há muitas histórias e historiadores. Com o movimento sendo remexido, muitos partidários da oposição – e seus respectivos rabos-presos - estarão encurralados, e, então, não tendo nada mais a perder, levarão consigo muitos partidários da situação. Adotando essa atitude fascista, o governo mata dois coelhos com uma cajadada só: se livra do movimento de contestação e força popular, e, ao mesmo tempo, sepulta “males entendidos” do passado.

Podem vir falar, mas tudo é estória! As escolas devem ser mantidas! Se é lavagem cerebral ou não, depende do ponto de vista. Para um camponês, lavagem cerebral é a educação dada nas instituições regulares de ensino, as quais segregam - ou incluem muito pouco - a história e vivência dos sem-terra, preparando os alunos para um mundo consumista e egoísta. Se esta metodologia – a socialista pregada nas escolas itinerantes - estiver precipitada e não for compatível para o desenvolvimento dessas futuras crianças dentro da sociedade atual, infelizmente, quem arcará com isso serão elas próprias e os futuros governos. Elas por fatalidade do destino; e os futuros governos por incompetência dos gestores anteriores: corruptos e gananciosos que não souberam dizimar o mal pela raiz, através dos pilares básicos: saúde, segurança, educação, habitação e emprego sustentável.

Não me venham dizer que estão preocupados com o destino dessas crianças, pois o que elas têm de diferente das da vila do lado da minha casa? Por que as daqui passam a madrugada se prostituindo e cheirando Crack, e nem ao menos o conselho tutelar aparece para apurar as denúncias? As daqui, nem a escola conhecem. As de lá, ao menos, a certeza de que sabem ler eu tenho. Se leem “O Capital” ou “A Riqueza das Nações”, aí já são outros quinhentos.


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A Religião da Minha Vizinha


O Cristianismo, com o Edito de Milão, em 313 depois de Cristo, foi legalizado pelo império romano. Com essa medida, a religião, de plebeia, paulatinamente, ascendeu a patamares cada vez mais elevados, até que em 395 d.C., por decreto do imperador Teodósio, ela passa a ser a religião oficial dos romanos.

Com a invasão dos bárbaros, e a consequente derrocada do império, a Igreja firmou-se como instituição proeminente, pois fora a única de destaque que havia resistido às investidas dos povos forasteiros.

A aproximação entre Igreja e reis bárbaros, os quais ansiavam ter seu poder, enfim, legitimado, deu mais força à Igreja, que durante 977 anos foi a instituição hegemônica do mundo ocidental. O período hoje denominado Idade Média, que compreende esses quase mil anos, foi reconhecido pelos pensadores renascentistas do século XV como a idade das trevas, nome esse dado, segundo eles, devido ao atraso intelectual ao qual a sociedade feudal fora submetida. Atualmente, sabe-se que não é justa a denominação “idade das trevas”, pois, à sua maneira, a idade média contribuiu para o desenvolvimento da civilização ocidental. No entanto, também é sabido que a vida levada à base de fé, trabalho e guerra – principais dogmas pregados pela Igreja daquela época – não fora capaz de manter a sociedade imune às intempéries da evolução.

O Cristianismo, e a Igreja Católica principalmente, com o passar dos anos vê seu número de fervorosos adeptos reduzindo-se. Mesmo que o Vaticano sempre esteja oscilando entre déficit e superávit, os dados referente às suas finanças de 2007 são uma boa base a se ter do problema enfrentado pela Igreja: 9 milhões de Euros foi o rombo que o Vaticano anunciou ter. Essa perda de capital se deve, além das crises constantes do mercado, ao abandono, em massa, dos fiéis, que, entre outros motivos, alegam a inadequação da Igreja às novas tendências da modernidade, e outros, ainda, salientam a imoralidade e corrupção implantada do cerne da instituição.

Sacerdotes acusados por pedofilia – processos que deverão custar a bagatela de aproximadamente 2 bilhões de dólares em indenizações aos cofres da Santa Sé – é a principal razão de descontentamento dos adeptos. Além desses crimes, a Igreja já foi enquadrada em outros delitos “modernos” como o ocorrido no início da década de 80: a quebra do Banco Ambrosiano, de Milão, do qual o Instituto para Obras Religiosas (o Banco do Vaticano) era um dos principais acionistas. À frente do Banco do Vaticano, estava o arcebispo Paul Marcinkus, suspeito de envolvimento, como avalista, no esquema de empréstimos fraudulentos no total de 1,4 bilhão de dólares. Para piorar, Roberto Calvi, presidente do Banco Ambrosiano, apareceu enforcado sob uma ponte do Rio Tâmisa, em Londres, levantando suspeitas de que fora assassinado como queima de arquivo.

Ao analisar-se a história com olhar crítico não se pode cometer anacronismos – perceber certas conjunturas de épocas longínquas com pressupostos atuais, ou vice-versa. Ou seja, só um fanático religioso não percebe que a Igreja, como um todo, é uma instituição corrompida. E essa corrupção vem de séculos, desde muito antes de Martinho Lutero pregar suas 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, criticando ferozmente, entre outras práticas, a venda de indulgências.

Uma religião, uma filosofia, uma doutrina ou qualquer outro engajamento tem seu valor, desde que interpretado corretamente. É inconcebível, nos dias de hoje, meninas e meninos se dizerem adeptos incondicionais dos dogmas tradicionais da Igreja, pois eles foram escritos e utilizados por sociedades que desconheciam os “prazeres” das badaladas casas noturnas, ou os programas tão “sugestivos” que lotam os canais abertos de nossas televisões, ou toda a facilidade disponível para se “trocar informações” através de messengers, celulares e, principalmente, através da Internet.

Não é uma anomalia ver alguém dado inteiramente à devoção, muito pelo contrário, a facilidade de abrir-se essas “empresas da fé” tornou a religião uma epidemia mundial; qualquer um pode ouvir e saber as tais palavras de Cristo. O que muito me preocupa é saber como nossos adolescente conciliam as palavras do Senhor com as novas tendências em se divertir. O pensamento religioso é arcaico e retrógrado, todavia o mundo moderno é veloz e almeja o progresso a todo custo. Não me venham dizer que uma menina se produz toda para ir a uma “balada” com as amigas simplesmente pelo gosto de dançar. Nossas festas atuais, há muito abandonaram esse propósito. E além do mais, ninguém sai às ruas sem malícia; nos tempos modernos, a ingenuidade não é sinônimo de pureza, mas sim indício de retardo mental; nossas crianças já aprendem a “brincar” olhando nossos programinhas infantis, nos quais sempre há uma apresentadora sedutora que encarna o papel de musa dos nossos baixinhos e referência de nossas baixinhas. No berço mesmo, os meninos já aprendem o que é tesão; e as meninas a como se portar para provocá-lo nos meninos.

É uma pena, não estou aqui para apoiar, mas a televisão é ateia. Fazer o quê? O deus dela são as cifras que aumentam junto com os pontos do IBOPE, custe o que custar doa em quem doer. E onde está doendo, e muito, é no caráter dos nossos jovens; a hipocrisia está se alastrando. Meninas com corpos de diaba e rostinhos angelicais estão dominando as casas noturnas das grandes cidades. Com uma bíblia em baixo do braço e várias camisinhas no bolso, elas saem para ensinar AS VÁRIAS POSIÇÕES [tomadas por Cristo durante sua estada na Terra] aos meninos. E a recíproca também é verdadeira, Jeremias que o diga.

Os dogmas tradicionais da Igreja são reacionários, totalmente antiquados. Os velhos princípios basilares da família já ruíram, assim como a própria família. Essas instituições milenares encontraram novos métodos de se manter e evoluir. Interpretar as novas tendências, estudá-las, compreendê-las e, por fim, julgá-las - com opinião própria - é a função dos seres pensantes nesse século XXI. Simplesmente verbalizar aquilo que foi ouvido não é o caminho certo à salvação, à iluminação, à sapiência ou a qualquer outro estágio ômega da existência.

Assim como eu não acredito na minha vizinha, você deveria duvidar das suas convicções. Príncipes encantados não existem, então aproveite o sapo que você tem. Relaxe e goze. Se não gozar, o sapo gozará e pulará fora. Pois, assim como ninguém mais é preso por desfloramento, o sexo deixou de ser feito somente para reprodução.

Estamos em uma nova era. Não se deve seguir alguma religião como uma lei a ser cumprida, mas sim como sugestões a serem consentidas - ou não.


O KBÇAPOETA







"A ARTE URBANA DE CUIABÁ, MÚSICA, POESIA E ÁCIDAS OPINIÕES."


¿Psicodelia Sarcástica¡





"Humor, Inteligência , Sandices e Pérolas da Mente Humana..."

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Pimenta Na Jurisdição Dos Outros É Refresco



O Estados Unidos da América é um país que tem muito a ensinar ao ocidente contemporâneo - em se tratando de direito constitucional, pelo menos-, pois, desde sua independência, em 1783, a constituição permanece inalterada, inclusive – por incrível que pareça- as cláusulas que tratam do direito à liberdade. Ou seja, é mais ou menos como vovó já dizia: “todos são inocentes até que se prove o contrário”.

Mas alguém poderia instigar: como os norte-americanos podem tanto se gabar de sua liberdade, defendida com unhas e dentes em sua carta magna, se mantêm prisioneiros, que nem acusações têm, por mais de 3 anos confinados, sem direito a advogado, ou direito a responder o processo em liberdade, ou, sequer, o tão básico “direito a um telefonema”? Qual a mágica para um país manter-se soberano, conclamando-se o defensor dos direitos civis, e, por outro lado, fazer uso indiscriminado da tortura – física, psicológica e moral - e de tantas outras formas degradantes de exibir sua soberba imperialista? Bem, a resposta é simples - talvez não tão simples assim. O primeiro passo para essa façanha é ser um trapaceiro de mão cheia. O segundo é contar com boas quantias de dinheiro – conseguidas através do passo 1. E o terceiro - e mais importante - é adquirir, através dos passos 1 e 2, um grande poder de barganha com os demais Estados falidos. E pronto, é assim que o Tio Sam mantém sua conduta de defensor da liberdade e, em contrapartida, é o algoz mais pecaminoso dessa rocha flutuante em que moramos.

Após a “independência” de Cuba, em 1898, graças a “ajuda” indispensável e abnegada dos Estates , a ilha do açúcar ficou completamente sitiada pelas tropas americanas, as quais tinham a nobre missão de manter – a qualquer custo – a ilha livre – palavra usada em todas suas variantes por nosso primos ricos. Entretanto, para fazer esse favor, os norte-americanos precisavam de um território, para que pudessem cumprir sua intenção de manter a liberdade - olha ela de novo aí. O território, cedido por governantes entreguistas – cupixas dos americanos -, é Guantánamo. Lá, uma base naval foi implantada, e através da emenda Platt foi garantido aos estadunidenses o direito inconteste de intervir, sempre quando necessário, em Cuba.

Pois bem - resumindo a ópera - o resultado disso foi que Guantánamo, de base naval, se tornou principalmente uma prisão sem lei, onde para ser preso, basta estar livre e falar árabe, ou usar turbante, ou ter barba de árabe, ou ser muçulmano, ou ... Bom, motivos de sobra existem para se ser levado a Guantánamo; para sair de lá, entretanto, os motivos já rareiam um pouco. Muitos dos presos que foram para esse paraíso dos psicopatas com bandeira verde para torturar e realizar todas suas fantasias inescrupulosas não voltaram. E os que voltaram, nunca mais serão os mesmos. Como o caso de Haji Nusrat Khan, um afegão paraplégico de 80 anos, que foi levado de maca a Guantánamo, após o Departamento de Defesa americano acusá-lo de lutar no campo de batalha. Haji Nusrat Khan, apesar de ser paraplégico, tinha suas pernas acorrentadas, mesmo dentro da minúscula cela na qual era confinado. Além de Haji Nusrat Khan, muitos outros foram presos por acusações infundadas; e outros, ainda, sem nem ao menos acusações terem, simplesmente por serem “criminosos em potencial”.

O que exatamente se passa em Guantánamo ainda é obscuro à sociedade. Todavia, com as poucas informações vazadas, já se dá para ter uma noção da barbárie vivida por esses prisioneiros submetidos à tortura chinesa, afogamentos, vexames de toda arte e, acima de tudo, à degradação de terem suas convicções e ideais subjugados.

Mas o que os Estados Unidos têm haver com isso? Afinal esses acontecimentos não fazem parte da jurisdição deles, ora bolas...

A Economia Mundial


A economia mundial sofre influência da economia de cada um dos países que fazem parte da economia mundial. Sendo Assim, a economia mundial tem um papel importante na economia de cada um dos países que compõem a economia mundial.

A economia mundial, apesar de estar dividida em vários países que compõem a economia mundial, tem em alguns poucos países – os quais compõem a economia mundial – alicerces fundamentais para manter o perfeito funcionamento da economia mundial. Essa dependência que a economia mundial tem de poucos países faz com que a economia mundial seja sensível a problemas internos desses países – os quais são preponderantes na economia mundial. Dessa forma, a economia mundial, baseada na política “laissez-faire, laissez-passer” torna-se um modelo de economia mundial desequilibrado e não confiável. – principalmente aos grandes conglomerados financeiros que movem a economia mundial.

Essa contradição da economia mundial: capitalistas da economia mundial não confiando no modelo capitalista de economia mundial que criaram acaba por fazer a economia mundial brecar devido às contradições inerentes à economia mundial. No instante em que a economia mundial breca – devido à contradição dos capitalistas da economia mundial que passam a não confiar no modelo capitalista de economia mundial que criaram-, é muito complicado restabelecer-se a perfeita harmonia na economia mundial, pois a “mão invisível” que controla o mercado e, por conseguinte, a economia mundial está receosa pelo fato de muitos acionistas da economia mundial terem perdido verdadeiras fortunas do dia para a noite, por uma intempérie da economia mundial.

A economia mundial tem altos e baixos – prova disso foram as recessões enfrentadas pela economia mundial nos anos pós-guerra, anos esses em que a economia mundial vinha em ascendência contínua, graças a hegemonia incipiente conquistada na economia mundial pelos norte-americanos. O que essas crises da economia mundial trazem como constante é o fato de que sempre quando a economia mundial é calcada, majoritariamente, em poucos países da economia mundial, a economia mundial fica dependente do “bem-estar” desses países – nos quais é calcada a responsabilidade de guiar a economia mundial – o que faz a economia mundial ser, além de instável, uma grande arma para oprimir os demais países que compõem a economia mundial, pois qualquer política concorrencial desenvolvida pelos demais países que corroboram a economia mundial pode resultar o estopim de uma crise, haja vista que a economia mundial moderna está cada vez mais interligada.

Portanto, a economia mundial faz parte de uma economia mundial cada vez mais mundializada. E quanto mais mundializada for a economia mundial, menos o mundo vai ter uma economia mundial melhor para um mundo de economias mundiais espalhadas por todo o mundo.

A economia mundial é um pandemônio só compreendido por quem faz parte da economia mundial. Tentar desfazer esse emaranhado que é a economia mundial só faz eco à velha papagaiada que é a economia mundial.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Ser Pop Ou Não Ser? Eis a Questão...



Detonautas, seguindo a tendência de Los Hermanos, surgiu como uma banda infantil, com um som tosco e manjado, e evoluiu, alcançando uma qualidade tanto musical quanto conteudística bastante interessante no álbum "Rock Marciano" – o segundo da banda -, e manteve o estilo em "Psicodelia, Amor, Sexo & Distorção". Nesses dois Cds, apesar de arranjos simples, o som é bastante agressivo, o que propicia uma profusão de impressões. A propósito das letras, as músicas apresentam certa profundidade e algumas metáforas elaboradas. Contudo, a temática predominante é a introspectiva, com dosagens psicodélicas e surreais bem colocadas, mostrando todo o amadurecimento da banda.

Entretanto, em seu último álbum: "O Retorno de Saturno". A banda volta a fazer uso do "manual do pop", deixando bastante a desejar; ainda mais pelas expectativas plantadas devido ao ínterim de levada underground. Nesse álbum, a banda abandona as guitarras distorcidas e o tom vociferante, deixando o som a cargo do violão, das letras simples e das músicas curtas sem profundidade, excetuando as três últimas que contam com uma nobre intenção de engajamento social, tendo ainda uma releitura de “AA UU” dos Titãs na última faixa do disco, mas sem abandonar, totalmente, o timbre pop.

Em "O Retorno de Saturno", a evolução do nível das músicas é gradual, da primeira à última faixa; as primeiras são fracas, devido ao velho romantismo exacerbado, preponderando a temática do amor pueril. Da metade do disco em diante, as músicas tomam corpo, e embora nem todas as letras apresentem profundidade, o som da banda se mostra mais maduro e com uma variedade sonora mais rica.

Sem dúvida, o destaque do álbum fica a cargo da faixa "Ensaio Sobre a Cegueira". Além de ser trabalhada em uma entonação carregada e melancólica, a música conta com a poesia "Os Filhos da Morte Burra" de Edu Planchãsz que completa a obra prima da carreira dos Detonautas.

Percebe-se claramente o dilema vivido pela banda em cada álbum: de um lado, o mundo das luzes e da fama, garantido através de músicas sem lastro e medíocres, feitas ao gosto do mercado; do outro, a realização pessoal e reconhecimento do público atilado; todavia, sem contratos garantidos com as grandes gravadoras.

Mesmo com todos esses percalços, Detonautas é uma banda que vale a pena conferir. Se Tico Santa Cruz abandonasse totalmente a levada capitalista, teríamos mais uma banda deixando sua marca no rol da boa música nacional.



ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA







01 O Amanhã
02 Nada Vai Mudar
03 O Dia Que Não Terminou
04 Mercador das Almas
05 Só Por Hoje
06 Com Você
07 Silêncio
08 Meu Bem
09 Tênis Roque
10 Tô Aprendendo a Viver Sem Você
11 Send U Back







01 No Escuro O Sangue Escorre
02 Não Reclame Mais
03 Sonhos Verdes
04 Assim Que Tem Que Ser
05 Quem Sou Eu?
06 Dia Comum
07 Prosseguir
08 Você Me Faz Tão Bem
09 Ela Não Sabe (Mas Nós Sabemos)
10 Apague A Luz
11 Insone
12 Tudo Que Eu Falei Dormindo
13 Um Pouco Só Do Seu Veneno







01 O Retorno de Saturno
02 Nada é Sempre Igual
03 Verdades do Mundo
04 Só Pelo Bem Querer
05 Lógica
06 Tanto Faz
07 Oração do Horizonte
08 Soldado de Chumbo
09 Ensaio Sobre a Cegueira
10 Enquanto Houver...
11 Eu Vou Vomitar em Você

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Uma Questão de Opinião



Qual é a abrangência do termo "terrorismo"? Talvez, simplificadamente, a expressão signifique impor a vontade por meio da violência e do terror. Sendo assim, o Tio Sam deveria voltar sua política do Big Stick não só para o oriente, mas também para sua sala de estar, a Europa. Mas parece que não é interessante combater nossos amigos das suásticas e vestuários exóticos - para não dizer ridículos. O que há décadas vem perpetuando-se no ocidente, sempre pouco difundido pela mídia - excetuando os casos hollywoodianos-, são os sentimentos xenófobo, racista, homofóbico e todos os outros que inspirem virilidade . E quando digo ocidente, quero dizer todo o ocidente. O Brasil também não está de fora; quem não se lembra dos gays espancados por "skinheads" em Curitiba?

Não se pode dizer que o combate a esses vândalos carecas seja uma questão de segurança nacional, afinal esses bebezarrões rebeldes precisam agrupar-se em três para dar conta de uma mulher grávida e indefesa. Não faço ideia de quantos seriam necessários para executar a mesma façanha com uma nação... O fato é que talvez, apesar de sujar a imagem de um Estado soberano, manter alguns desses gentlemens como anfitriões seja o melhor aviso da direita europeia aos latino-americanos, africanos, europeus orientais e a toda a corja desses quase indigentes que insistem em parasitear as riquezas dos países desenvolvidos. Além do quê, desde quando a morte de um brasileiro é capaz de minar a reputação de um país? Se assim fosse, o Brasil seria o primeiro país a ser assolado pela má fama, haja vista que aqui nossos anfitriões - os traficantes - não brincam de escrever mensagens infantis; eles matam mesmo. E muitos brasileiros morrem nas mãos desses agiotas do governo.

O termo skinhead pode abarcar muitas personalidades; qualquer um com a "cabeça-pelada"- ou seja lá como for que eles preferem ser chamados - pode ser engajado nessa contracultura. Já se foi a moda punk, a hipiie, a grunge, a underground. Agora o barato do momento é a moda skinhead. A vantagem dessa moda, em relação as outras, é que nessa, não se precisa saber ler; não há uma filosofia específica; você não precisa saber nada! Talvez apenas que se é um skinhead; mas se não saber, é só sair no soco que tudo está resolvido. Eis o melhor cartão de visita de um skinhead: a porrada.

Os skinheads mais cultos se autodenominam- com o auxílio da mídia - de neonazistas. Momento cultura: nem todo skinhead é um neonazista; existem muitos skinheads negros, judeus e, até -quem sabe - gays - porque ficar no meio de tantos homens soa suspeito. Os skinheads fazem parte de um movimento igual a qualquer outro - mais idiota, é verdade. Um exemplo familiar de skinhead são os Hooligans, tão falados em Copas passadas. Provavelmente, esses rapazes, os quais seriam algo muito semelhante aos nossos tão típicos pit boys arruaceiros, amantes do Jiu-Jitsu, nunca leram Mein Kampf - mas diferente dos nossos pit boys, eles com certeza sabem ler - a educação europeia é invejável- se não leem é porque tem socos mais importantes para dar.

Realmente, o acontecimento trágico que fez a brasileira Paula Oliveira, residente de Zurique, e que estava grávida de três meses de gêmeos, sofrer um aborto forçado foi um fato lastimável e imperdoável. Contudo, as autoridades não podem esperar que todos vejam esse fato com surpresa. Qual a dúvida quanto ao que sucede quando três homens carecas, e em que em pelo menos um deles vê-se nitidamente uma suástica tatuada na cabeça, andam de preto, à noite, em uma estação de trem germânica, local onde podem entrecruzar-se pessoas de várias etnias e nacionalidades? A verdade é que a Europa enfrenta problemas graves de identidade, que não são de agora, talvez dado ao fato de sua formação conturbada.

É complicado para um europeu admitir que entre seus conterrâneos existam aqueles que conclamam o nazismo e extravagâncias afins, marcas culturais que crucificam os nossos ex-bárbaros. Mas isso faz parte da cultura; não se deve renegar, mas sim trabalhar para alterar, não simplesmente abafar, como há muito é feito, talvez, principalmente, por pressão da opinião pública mundial que condena indistintamente os acontecimentos passados. Manter o nazismo e outras orientações políticas marginalizadas, faz com que elas sirvam de alimento contra o tédio de play-boys bombados sem nada para fazer, mas que mesmo assim apresentam mais lastro intelectual do que os nossos play-boys bombados. Enquanto lá, forjadamente - ou não, vai saber- os valentões lutam contra a dominação estrangeira dos postos de trabalho e a insegurança representada por imigrantes famintos, os nossos brigam por loiras peitudas e por atenção do público em geral. Lá, o problema é - teoricamente- político; aqui, é crítico: o problema é intelectual! Lá uma reforma política, provavelmente, resolveria. E aqui, o que há a se fazer?

O brasileiro é muito sentimental quando o assunto é pop. Uma bala perdida no Rio é notícia de populacho sensacionalista; em Londres, é manchete renomada de impacto. Não diminuo a dor de nenhum, nem de outro; apenas saliento que a morte é morte em qualquer lugar. O que acontece lá, acontece aqui. E se a atenção dada ao que acontece lá fosse dada ao que acontece aqui, possivelmente, lá, não aconteceria nada. Ou os norte-americanos são alvos de skinheads ou da Scotland Yard?

O brasileiro precisa conquistar o respeito internacional. O que lá eles têm em demasia, e os faz agir como donos incontestes da razão, aqui carecemos. Lá, eles repudiam - em excesso, é verdade- aqueles que tentam se apoderar de suas míseras porções de terra e oportunidades de emprego; aqui, abanamos o rabo como fieis escudeiros do imperialismo, e damos de presente de boas vindas a Amazônia e nossas imensidões naturais. Os rapazotes de lá, apesar de não saberem nada da bandeira que ostentam, muito menos o porquê de ostentá-la, têm muito a ensinar aos rapazotes daqui.